
Os imóveis compactos, com metragem de até 30 m², deixaram de ser apenas uma tendência para se tornarem protagonistas no mercado imobiliário brasileiro. Eles ganharam espaço no radar de investidores e já transformam a paisagem dos grandes centros urbanos.
De acordo com um levantamento da InfoMoney, 18% dos potenciais compradores dos próximos seis meses pretendem investir nesse tipo de unidade. O número mostra a força dos estúdios e ajuda a explicar o movimento de construtoras e incorporadoras, que passaram a concentrar lançamentos nesse formato.
Crescimento acelerado
Entre 2016 e 2024, a oferta anual de estúdios saltou de 7 mil para mais de 52 mil unidades. Só na cidade de São Paulo foram lançadas 44.126 unidades no período, segundo a Terracotta Ventures. Em alguns bairros, praticamente todos os novos empreendimentos seguiram o modelo compacto.
Essa expansão transformou a percepção dos investidores: estúdios passaram a ser vistos como imóveis de alta liquidez, capazes de oferecer oportunidades rápidas de retorno.
A aposta no short stay
Boa parte desse interesse se direcionou ao short stay — modalidade de locação por diárias, muito associada a plataformas digitais de aluguel por temporada. O modelo permite ganhos expressivos em períodos de alta demanda, mas também traz riscos, já que depende da sazonalidade e sofre com a concorrência acirrada.
Em 2022, os números confirmavam a atratividade: a taxa de retorno anual chegava a 15,1% no short stay, enquanto o aluguel tradicional rendia apenas 6%.
Do boom ao ajuste
Em 2025, o cenário mudou. O excesso de lançamentos, somado a novas regras, redesenhou a rentabilidade. Hoje, contratos de longo prazo garantem em média 7,3% ao ano, enquanto a locação por temporada caiu para 6,7% ao ano.
As restrições legais também impactam diretamente o mercado. A Prefeitura de São Paulo proibiu o aluguel por temporada em imóveis de Habitação de Interesse Social. Já o novo Código Civil, em discussão no Congresso Nacional, pretende limitar esse tipo de locação apenas a condomínios cuja convenção aprove expressamente a prática.
Um mercado em transição
Os estúdios seguem atrativos, mas a fase de euforia deu lugar a um cenário de cautela. Investidores agora precisam avaliar não apenas a liquidez, mas também a segurança jurídica e a estabilidade da rentabilidade.
O que se vê é a consolidação de um mercado que amadurece: do entusiasmo inicial à busca por modelos sustentáveis, capazes de equilibrar retorno financeiro, regulação e novas demandas urbanas.
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